quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

"(...)unicas para alguém(...)"

Acordei com os raios de Sol subtilmente a beijarem-me os olhos.
Com a ajuda de um programa televisivo, lentamente fui despertando, mas a preguiça de ir viver só me abandonou quando nesse mesmo programa, a apresentadora e uma psicóloga começaram a tecer uma conversa, cujo tema era “ Como educar um filho”.
Aumentei o som da televisão e concentrei-me nas suas palavras. Essa mesma conversa dividia-se em vários tópicos, entre eles estava presente “ Demonstrar confiança nos filhos”. Quando estas começaram a filosofar sobre este tópico, a tal psicóloga declamou uma frase, que semeou em mim uma ligeira curiosidade de ir espreitar a vida.
“ As pessoas precisam de se sentir especiais e únicas para alguém, nem que seja para uma única pessoas”. Foi esta a fase que resgatou uma parte de mim e a ofereceu ao dia primaveril que se fazia sentir.
Não quis pensar muito sobre a questão de eu ser, ou não, única para alguém, pois ao ouvir aquelas palavras magicas, estampou-se, de imediato, um sorriso na minha alma – sorriso que à muito não dava sinais de vida.
Esse sorriso, singular, bastou-me para ganhar forças, e enfrentar mais um pôr-do-sol!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Sabores da vida

Já me encontro perdida à tempo de mais. Perdida do mundo, da vida, perdida de mim mesma.
É num vazio que acordo todas as manhãs e é nesse mesmo vazio que me deito todas as noites. E quem me dera que todas estas palavras bordadas de solidão fossem apenas isso, apenas palavras, mas não são… Estas têm um peso desolador no meu dia-a-dia, estão presentes em cada suspiro meu, em cada passo que dou, em cada palavra que não escrevo!
Toda esta inquietação toma proporções ainda maiores pelo facto de eu não a dividir com ninguém. Não o faço por não ter amigos – porque os tenho, bem guardados no meu coração _, mas sim, porque julgo que eles não sobreviveriam à inquietação que neste momento mora em mim. Se soubesse que toda ela se desvanecia com um bom conselho até lhes pediria socorro, mas por experiência própria sei que a minha cura não está nos seus conselhos, mas sim em mim. À uns anos atrás padeci destes mesmos sintomas, recorri a alguns amigos e de nada, ou de muito pouco, me valeu. Fui eu que, como por magia, me ressuscitei da solidão que me matava, provando finalmente o sabor da vida – até então uma estranha para mim. Descobri os seus sabores, por vezes é amarga como o limão, outras vezes doce como o chocolate e ainda outras vezes esta presenteia-nos com um sabor agridoce como a tangerina. O meu corpo e a minha alma nunca outrora tinham provado qualquer tipo de sabor da vida, foi sem duvida uma descoberta magnífica, a maior descoberta que fiz até hoje!
Mas, infelizmente, o meu coração descarrilou dessa linha da vida e voltou a cair na vala sombria e triste do passado. Tornei a alimentar-me, apenas, de momentos neutros. Neste momento sobrevivo das minhas lágrimas com um forte travo a nada. Longe vai o tempo em que eu me aconchegava de sentimentos bonitos, e os sabores que um dia a vida me deu a provar, esses, voltaram a ser uns estranhos para o meu coração.
O vazio voltou a reinar em mim.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Vou contar um segredo

Sozinha,
Sentada numa das quatro cadeiras que rodeiam a mesa, que neste momento serve de apoio ao seu pequeno bloco, onde_como de costume_ descarrega a sua solidão!
Uma mesa recheada de chávenas de café_já bebido_, e de migalhas.
Uma mesa recheada de vida, vida que não foi ela que viveu.
Ocupou o pouco espaço que sobrava dessa mesma mesa com uma garrafa de àgua natural, e com um telemovel_que por motivo nenhum toca...
O seu corpo morto de vida sentou-se numa das tais cadeiras, e numa outra encontra-se a sua mala carregada, de nada!
Olha em frente.
E vislumbra pela janela um pedaço de lisboa.
Um pedaço velho e melancolico, que faz com que ela se aperceba do peso pesado que está o seu coração, nesta tarde nublada e deserta de carinhos!
Olha para o lado direito.
Vê livros amontoados uns em cima dos outros.
Livros com preço reduzido, que por não serem tão populares, por não serem tão procurados como outros, foram postos de lado.
Perderam o valor...
Pensa para si que, ela própria, poderia ser um daqueles livros.
Abandonada.
Sem procura.
Sem um olhar verdadeiramente interessado!
Desvia então o seu olhar para o lado esquerdo.
Deparasse com um balcão de café.
Mas, o que capta a sua verdadeira atenção, são os dois rapazes que estão por detrás dele.
Têm um ar tão desmotivado, parecem máquinas pré-programadas.
E esta é apenas mais uma cena que só serve para lhe relembrar o seu estado actual.
Também ela, aos olhos dos outros_ e aos seus_,parece um robô, sentada naquela cadeira, a escrever sem parar.
Sem expressão.
Vazia de emoção...
Olha para si.
Solidão!
Se ela olhar para si, e for verdadeiramente franca consigo mesma, ela que está ali sentada, é solidão.
Abandono.
Tristeza.
Mágoa.
Solidão...
Tudo o que os outros não querem ver, é o que ela é neste momento!
As pessoas deviam os seus olhos dos dela.
O seu olhar vazio, e o seu andar solitário, assusta-as de mais.
(Vou contar um segredo, sinto que a ela também lhe assusta!
E muito, muito mesmo...)
Um telemovel que não dá sinal de vidas.
Uma mala carregada de nada que lhe devolva a esperança, nada que lhe acorde o sorriso.
Uma garrafa de àgua que, por mais que beba, não lhe mata a sede de tristeza, não lhe lava a alma magoada e dorida.
Olha para tràs.
Vê a porta de saida.
E pensa:
"Saída para onde?!
É para lá que vou, para onde não sei, mas vou...
Já fui tantas vezes para "não sei onde"...
Mas vou contar um segredo.
Tenho medo, muito medo mesmo"

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

ALVORADA

A manhã hoje
Nasceu nublada,
Mas abracei-a
Com um trémulo sorriso…
Ela compreendeu e,
Abraçou-me também,
Retribuiu-me o sorriso
E ofereceu-me um Sol brilhante!
Sorrimos os dois,
Passeámos os dois,
Cantarolámos os dois,
Amámo-nos os dois…

A noite chegou
E ele despediu-se de mim, disse:
“Amanhã voltarei outra vez,
E outra, e outra vez.
E sempre que precisares de mim,
Basta sorrires assim…”

DEVANEIOS

Pára de fingir que a vida te corre bem,
Tu podes sorrir, podes amar
Mas não te é proibido chorar nem sofrer
Se te apetece gritar
Porque esmagas o teu coração
Quando ele te pede para morrer...
Deixa-o despir-se das magoas do passado
E chorar chorar chorar
Até te cortar a respiração
Verás que quando ele ressuscitar
A tua vida terá um arco-íris
E a chuva não te entristecerá
Pelo contrário,
Não vais conseguir parar de encontrar girassóis
Muitos, seja qual foi o caminho que percorras
Irás sentir vida, alegria, nostalgia
E com estes três ingredientes
Vais ter o prazer de descobrir o melhor sabor do mundo
O sabor do EXISTIR

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Oasis de palavras...P'ra Vós

As palavras bonitas
Não têm povoado o meu coração,
A minha inspiração...?

Queria ter conseguido passar para o papel
Os sonhos que povoam o meu pensamento,
Queria tê-los partilhado com os que amo,
Mas não consegui,não consigo...

Fez-se deserto em mim.

Ando agora, à procura de um osasis,
O oasis que me libertará,
Que libertará as minhas palavras...
Os meus sonhos!

Quando o encontrar,prometo-Vos
Que serão os primeiros
A beber das minhas palavras,
As mais puras...

Eu regressarei para Vos matar a cede,
Dêem-me apenas uns breves momentos de solidão,
Ela ajuda-me sempre a encontar oasis de palavras!

Bailado dos sentimentos

Sinto a dançar no meu coração
A solidão e a saudade,
Produzindo nele uma tal agitação
Que me viola a alma...

Rouba-me o chora,
Abafa-me o riso,
Esborrata-me o sorriso...

Vou dormir,
Por uma horas, a solidão deve desaparecer,
E com alguma sorte amanhã, talvez
Ela se esqueça de aparecer!

Sol...

A arvore estava perfeitamente iluminada
Pelo Sol desta tarde tão fria,
Fez então acontecer um sorriso
Na ausênte alma fugidia.

O Sol é realmente
A alma gemea de qualquer solidão,
Juntos eles são serenidade,
Calam a tristeza e ressuscitam a felicidade.