domingo, 30 de março de 2008

Vida de artista

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CORREM
AMAM-SE
GRITAM
PINTÃO-SE

HÁ SAUDADE
HÁ NERVOSISMO
HÁ DESEJO

TANTA ALEGRIA
TANTA TRISTEZA
SÃO TORBILHÕES DE EMOÇÕES
AS MINHAS
AS TUAS
AS DELES

VESTEM-SE
CANTAM
DANÇAM
FINGEM

É A MINHA CENA
É A DAQUELE
E A VOSSA TAMBÉM

PARTILHAM AMOR
PARTILHAM CARICIAS
PARTILHAM HISTÓRIAS DE VIDA
A CADA DIA QUE PASSA
HÁ MAIS SAUDADE DO AMANHÃ

É A MINHA CENA
É A TUA
É A VOSSA CENA
É A VOSSA PEÇA

DESPEM-SE
E DE UM MOMENTO
PARA O OUTRO
DEIXAM DE SER O TUDO
PARA SER O NADA
DEIXAM DE SER ALGUÉM
PARA SER O NINGUÉM...

Para as Mães, fies jardineiras!


As flores precisam ser regadas com frequência, se assim não for começam a murchar e, a longo prazo, acabam mesmo por morrer!

Para quê plantar uma flor se depois não cuidar-mos dela? Não é justo…
Acredito que se cada pessoa tivesse um jardineiro, que cuidasse fielmente de si, o mundo seria muito mais florido.

Conheci algumas flores nalgumas das quedas que dei na vida. Olhei-as, conheci-as, e abracei-as. Foram quedas que aconteceram no sítio certo e na hora certa. As minhas flores fizeram de mim uma pessoa melhor e todos estes sentimentos que hoje moram em mim, foram elas que me deram e que me ajudaram a descobrir!
É bom ter um fiel jardineiro que cuide de nós, que se preocupe connosco…mas também é maravilhoso desempenhar o papel de fiel jardineiro e ter o prazer de ter flores a quem dar carinho. É uma recompensa mais que suficiente. Nos dias mais cinzentos, basta lembrar-me delas e logo nasce um sol no meu olhar. Um sol que é só meu – porque mais ninguém o consegue sentir –, que me ilumina a alma e não permite que no meu coração se faça noite! Afinal, as minhas flores ainda precisam de cuidados… não as posso, nem quero, ver tristes.
Um fiel jardineiro, aconteça o que acontecer, nunca abandona a sua flor.
E assim sou eu, uma fiel jardineira, que nunca há-de deixar de cuidar das suas flores predilectas, assim elas o queiram!


Este texto tem a ver com o dia da mãe – embora possa não parecer!
Uma mãe tem a função de ser uma fiel jardineira para as suas flores.
Assim como eu me sinto uma fiel jardineira para os meus amigos, uma mãe também o é para os seus filhos.

Sei que já o disse milhões de vezes, mas faço questão de repetir: és uma mãe extraordinária, uma jardineira docemente fiel e dedicada. Parabéns!
Sei que, tal como eu, Tu também temes que um dia as tuas flores deixem de precisar de ti.

No meu caso, eu corro esse risco porque não fui eu que plantei as minhas flores… eu apenas as achei e decidi tentar cuidar delas, o melhor que sei e posso.

Já no teu caso, foste Tu que semeas-te as tuas flores e, por mais que elas cresçam, elas irão precisar dos teus cuidados eternamente. Numas alturas precisarão de ser regadas e tratadas com mais frequência e atenção, noutras alturas com menos, mas não há flor que sobreviva sem cuidados durante muito tempo.

Mais cedo ou mais tarde, acabam sempre por se aperceber que a chuva do Inverno não é suficiente para lhes matar a sede o resto do ano…

Garanto-Te.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Teatro


Hoje é o teu dia, meu eterno amor…
Peço-te desculpa por ultimamente estar tão afastada de ti, confesso até que te tenho evitado! Não me leves a mal, é que perante toda a tua história de vida e toda a tua grandeza, sinto-me insignificante. Quando estou contigo sinto as tais borboletas na barriga e perco a certeza dos meus sentimentos por ti!
Se não te tenho anseio-te, mas se te tenho fujo…
Uma coisa posso-te garantir: nunca o meu amor, a minha paixão e o meu respeito por ti se irão desvanecer.
Espero um dia sentir-me merecedora da tua companhia e, então, contigo conseguir criar belas historias – que contribuam para enriquecer, ainda mais, a tua historia –, e que mexam com o coração e com a vida das pessoas, que nos presentearem com as suas presenças.
Porem, como a vida nem sempre corre como nós queremos, caso todos estes meus desejos não se venham a concretizar, prometo que, embora de longe, o meu olhar atento e os meus aplausos acompanharam todos os teus passos!
Parabéns meu amor, teatro!

Da tua eterna admiradora e apaixonada Patricia Resende

quarta-feira, 26 de março de 2008

Que idiota!!!!!

Tenho uma amiga que está a atravessar uma fase complicada. Já há algum tempo que não tinha notícias dela, até que, esta manhã, ela me enviou uma mensagem, a desejar-me um dia feliz. Fiquei radiante ao ler aquelas poucas palavras, pois, por norma, as mensagens que dela recebo são apenas respostas às que eu lhe envio. De maneira que fiquei verdadeiramente feliz pela sua iniciativa. Respondi-lhe de imediato, agradecendo as suas palavras e perguntei-lhe como estava…ao que ela me respondeu que estava bem.
Eu, Flor Beatriz, em vez de me satisfazer com aquela resposta, como faria qualquer outra pessoa, não. Armei-me em super mulher! Comecei a pensar nas mensagens, que essa minha amiga me enviou, e então, com o meu sexto sentido apuradíssimo – como sempre –, fiquei com a sensação que ela não estava tão bem como quis fazer parecer. Deduzi que, talvez, precisasse de uma amiga a seu lado, mesmo que fosse, apenas, para partilhar uns escassos minutos de silêncio.
Assim, depois do almoço, apanhei um táxi rumo à escola onde ela dá aulas. Quando lá cheguei, perguntei por ela e uma auxiliar retorquiu-me que ela se encontrava numa reunião. Sentei então num banco do refeitório há sua espera. Entretanto, passado pouco tempo, ela chegou. Dei-lhe um forte abraço e tentei perceber como estava o seu estado de espírito, na realidade. Claro que, para não variar, ela vestiu o seu melhor sorriso e reforçou a ideia de que estava tudo bem. Trocámos mais meia dúzia de palavras e ela acabou por dizer que tinha mesmo de ir para casa, e assim foi. Ela foi para casa e eu fui à procura do café mais próximo para me refazer daquela situação!
Após me despedir dela, fui invadida por uma sensação de vergonha, pela figura que tinha acabado de fazer. Senti-me uma perfeita idiota e fiquei cheia de raiva de mim mesma, por estar constantemente a dar mais do que me pedem… Porquê?! Se ninguém faz isso comigo, porque é que teimo sentir a dor dos outros?! Porque é que não fiquei na minha casinha, deitada no sofá a ver televisão?!
Nunca te aconteceu isto? Tomares uma iniciativa, agires com a melhor das intenções e depois sentires que de nada te valeu? Sentires que o passo que deste foi estupidamente em vão e que mais valia teres feito como todos os outros: fingir que tudo à volta corre bem! Pior do que isso, acabares por sentir que o motivo que te levou a dar aquele passo, que transbordava boas intenções, perdeu completamente a razão de ser… a ponto de tu própria te questionares o porquê de o teres dado!
Nunca te aconteceu isto?
Olha, a mim já me aconteceu.
Passa a vida a acontecer-me – esse é que é o problema!
De cada vez que isto me acontece, juro sempre que aquela será a ultima vez que me armo em boa samaritana. Mas acabo sempre por cair na tentação e lá se vai de novo o meu pobre coração. Se soubesses como ele fica depois destas quedas… fica partido em pedacitos tão pequenos, tão pequenos, que depois para os achar é um caos! Já para não falar no trabalhão que tenho para o montar. Às vezes leva meses e mesmo assim fica sempre uma brecha por tapar.
Mas, mais cedo ou mais tarde irei aprender a lição…
Ou será que não tenho emenda?!