segunda-feira, 19 de maio de 2008

É mentira


Terei de te dizer
Que tudo está bem,
Serei forçada a soltar tua mão…
Não posso continuar a consumir-te,
Como tenho feito até então!
Terei de fazer o que mais abomino: mentir
Mentir-te para te proteger, para me proteger…
Saber-me um fardo para ti
É algo que não aguento sentir ser,
Se não me basto a mim mesma
Prefiro por um fim,
Esperar pelo teu sorriso, para me sentir viva,
Não é o fado que um dia compus para mim!

domingo, 18 de maio de 2008

Quem...


Tuas lágrimas, quem as seca
Teus cabelos, quem os afaga
Teu rosto, quem o acolhe
Tuas mãos, quem as entrelaça…

Teu coração, quem o aquece
Teu corpo, quem o embala
Tua alma, quem a escuta
Tuas dores, quem as acalma…

Teus medos, quem os percebe
Teus passos, quem os sente
Teu sorriso, quem o conhece
Teus silêncios, quem os preenche…

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Obrigada!!!


Quando me acomodo no sofá, cansada do meu próprio cansaço,
E as lágrimas teimam em nos meus olhos nascer,
Apareces-me tu – como se o meu anjo fosses –
E concedes que contigo divida o meu sofrer.
Tens-me feito sorrir, tanto…
Ofereces-me melodias, que me fazem fantasiar.
Algumas chorar!
Roubas-me sorrisos
Porque crês em mim,
Porque me fazes acreditar, que é possível viver
Apesar desta dor que nos mói ao entardecer.
Tu descodificas-me, sempre tão bem
Porque me ouves, porque te ouves,
Com ouvidos de quem quer ver
E quem escuta assim sabe mais. Agonia-se mais.
Assim são, eternos apaixonados
Os poetas, embriagados de sentimentos
Que não cabem nas palavras que escrevem…
Imprudentes Seres insaciados,
Idealistas inconformados.
Porém, não rejeitam a dádiva de ver… mais além.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Não vou desistir

Se me pudesses sentir a voz, se conseguisses ouvir meu coração!
Descobririas como, noite após noite, eu choro só para te amar um pouco mais.
Eu choro para não te esquecer.
Eu choro, compulsivamente, na expectativa que as minhas lágrimas ganhem força suficiente para irem ao teu encontro, estejas tu onde estiveres.
Anseio que elas te segredem, na noite escura e silenciosa, que eu ainda te amo.
Que eu ainda te espero.
Que eu ainda sou só tua, como na primeira noite em que fizemos amor!
Talvez as minhas lágrimas apaixonadas descubram a palavra-chave, que eu desconheço, e abram de novo o baú, guardado algures no teu coração.
O baú onde enclausuraste a nossa história de amor.
Tenho a certeza que se a conseguir libertar, ela seguirá rumo à felicidade.
Nós teremos um final feliz!
Só ela tem o poder de te fazer desistir dessa louca ideia de partires, mas para isso acontecer tu tens de a libertar.
Tens de a deixar ganhar corpo, voz e vontade própria!
Não vou desistir de chorar até conseguir construir um mar só nosso, que nos permita navegar livre e apaixonadamente, como outrora fizemos.


sábado, 10 de maio de 2008

Sou actriz


O meu teatro
É o palco da vida
O meu publico
São todos com me dou

Assim que saio do meu casulo
Começo logo a sorrir, mas
Por dentro meu coração chora
Pergunta-me porque teimo em fingir

Ele não compreende porque sorrio
O meu publico não compreende porque choro,
Nenhum deles percebe o que estou a sentir
Ninguém sabe da minha vontade de fugir

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Esquecer-te


Esquecer o teu sorriso
Já era um grande passo
Não cobiçar os teus beijos
Não sentir carência do teu abraço

Tropeçar num novo amor
Amá-lo um terço do que te amo
Quiçá fosse suficiente
Para me olvidar que já não te tenho

Esquecer-me de ti
Não mais reviver o teu olhar
Era tudo o que queria
Talvez assim reconquistasse o dom de sonhar

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Chagas



Hoje acordei com saudade de amar
Abri a porta, sai para a rua
Corri pela cidade de Lisboa
Com a alma completamente nua.

Procurei calor
No bêbado caído na esquina
Procurei o abraço
Na mais humilde varina

Nada encontrei
Nada eu vi,
Apenas lágrimas achei
Apenas lágrimas senti

Lágrimas de fulgor
Lágrimas de paixão
Lágrimas de amizade
Lágrimas de solidão…

Lancei-me ao Tejo e,
Como bom português que é,
Acolheu-me com um abraço
Quem sabe com um beijo

Ali ficámos, calados
Alguns minutos
Quem sabe horas
Ou até mesmo dias…

Não sei nem preciso saber
Sei apenas que de tanto chorar
A dor que guardava no peito
Se fez desaparecer!

A minha mente ficou vazia,
Como se eu tivesse acabado de nascer
Tudo o que sempre desejara
Estava a acontecer:
Não sentia, não recordava
Não ouvia meu coração bater.

O sol brilhava tanto naquela manhã
Como nunca outrora vi,
Gaivotas sobrevoavam-me
Pareciam dançar para mim.

Quando me apercebi
Estava a ser levada pelo Tejo,
Estava novamente a ser violada,
Mas que podia fazer?

Nada: não sentia, não recordava
Meu coração não batia…
Só minh’alma falava, mas de que me servia?
Ela chorava mas minha mente não respondia.

Mais uma vez abusada
Mais uma vez sofrida
Mais uma vez desapontada
Mais uma chaga na vida!

Preciso de ti


Preciso sentir-me amada
Preciso sentir-me desejada
Preciso esbanjar este amor,
Este amor que trago em mim, que
De há tanto tempo estar fechado
Me provoca tanta dor

Passo noites a chorar,
A chorar por alguém
Um alguém que nunca tive
Um alguém que nunca vem…

Faço preces à noite escura,
Ás estrelas, ao luar
Sendo que a noite é de todos
Talvez ela saiba onde te encontrar.