sábado, 2 de fevereiro de 2008

Boas e velhas recordações, amigas


Encontrava-me eu, numa estação de metro, a caminho do Teatro Municipal São Luís – o meu local de trabalho, actual -, quando me cruzei com uma antiga colega de escola, Sara Brás.
Sara – talvez quatro anos mais nova que eu -, partilhava comigo, ocasionalmente, os curtos intervalos entre uma aula e outra. Esses escassos minutos eram preenchidos a jogar pingue-pongue. Foi com ela que desenvolvi o meu gosto por este pacato desporto. Nunca tecemos grandes diálogos, mas esta, sempre me pareceu uma jovem simpática e simples.
Começamos, timidamente, a conversar. Soube, então, que ela, actualmente, frequenta as aulas de piano, no conservatório de música, e que está a concluir o décimo segundo ano. Eu contei-lhe que, de momento, estava a fazer uma peça de teatro e que tinha retomado os estudos. Sara mostrou-se, como antigamente, simpática, demonstrou-me a sua satisfação por eu continuar a fazer o que gosto, e encorajou-me a não desistir novamente dos estudos.
O seu olhar sereno e a sua maneira de falar tranquila, ofereceram-me uma certa paz interior e um sorriso saudoso… Foi bom ter-me cruzado com ela, embora nunca tenhamos sido grandes amigas, neste encontro relâmpago, foi essa a sensação que me deu, sentia como uma velha e boa amiga.
Depois de nos despedirmos, lembrei-me da sua mãe, que na altura em que eu frequentei aquela escola, fazia parte da direcção do Conselho Executivo. Tive o prazer de a ter como professora de História, no meu oitavo ano. Sem duvida, que, Lurdes Brás, foi a professora mais original que tive, em todos estes anos escolares! As suas aulas eram super divertidas, com um intenso toque teatral, para meu espanto – pois até à data, estava habituada a assistir a uma aulas de História entediantes. Lurdes era, simultaneamente, encenadora e actriz nas suas aulas. Encenava qualquer matéria e desempenhava todo o tipo de personagens que esta contivesse. Era desta forma que ela captava toda a atenção dos seus alunos, e também, toda a admiração dos mesmos.
Uma mulher extraordinária, sem duvida. Ao mesmo tempo que desempenhava, eximiamente, as árduas funções – que lhe competiam como elemento do conselho executivo e como professora –, esta, quando necessário, despia essa farda, transformando-se numa fantástica conselheira – amiga!
Não é de estranhar que, Lurdes Brás, seja alvo de uma enorme admiração, e de um terno respeito, consensual – quer da parte dos alunos, quer da parte dos professores!

Como é bom terminar o meu dia com recordações tão boas, como estas.
Foi um prazer…
Obrigada Sara, por uns minutos, minha velha e boa amiga!

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