quarta-feira, 9 de abril de 2008

De mãos dadas, como dantes: como sempre!


(porque não te deixas contagiar?há pessoas que são demasiado influenciáveis, outras que não se deixam influenciar nada! tu és a 2ª hipótese.)


Acabas-te de me dizer que gostavas quando eu te dava conselhos...Poucos minutos antes, eu tinha acabado de escrever as palavras que estão entre parêntesis.

Eu não sabia que tu davas importância aos meus conselhos, muito menos que, na sua maioria, os tinhas em boa consideração!
Fiquei tão contente – feliz mesmo.

Desisti de ler os teus emails porque achei que não havia nada que te pudesse dizer, capaz de te acalmar a alma. A sério.

Julguei já não ser importante para ti. E assim fui deixando que a nossa amizade perdesse a essência, que lhe é tão peculiar.

Uma amizade que é só nossa. Fomos nós que a construímos, não há outra igual.

A culpa é da ausência e dos medos que a vida nos vai impingindo.

Tenho saudades de ser tua amiga.

Os amigos reconfortam, chateiam-se, magoam-se, protegem-se, etc.

Já não te oiço os silêncios, como dantes!

Já não os conheço.

Há tanto tempo que não vejo o teu olhar.

Era ele quem me contava as tuas dores, só ele me segredava as verdadeiras palavras que existiam em ti, aquelas que precisavas de disparar, aquelas que os teus medos sufocavam. Agora, bordas as palavras de tal forma, e partilha estas com tantas pessoas que desconhecia serem tuas amigas (no importante valor da palavra que só nós conhecemos) –, que quando chegam a mim parecem vir ao engano.

Não digo isto por ciúmes, acredita. É apenas o que sinto.

Um dia passei os olhos por uma rapariga chamada Liana, que não se dava a ninguém.

Mais tarde vim a conhecer a Andreia, que se entregava a mim e a mais dois ou três amigos.

Nos últimos tempos, essa minha amiga Andreia tem-se revelado, à distância – sem que eu lhe possa ouvir o olhar –, outra pessoa.

Não é que eu me importe com a mudança, não. A mudança não me aflige, de todo. Aliás, acho que a tua mudança até tem sido para melhor.

Mas os céus que nos separam não me têm deixado aprender-te, outra vez.

E eu quero, juro que quero.

Mas sem o teu olhar, o nosso olhar, é tudo muito mais difícil.

Somos tão parecidas.

Tu bloqueias os sentimentos e eu bloqueio as palavras.

Sem querer, e sem o sentirmos, às vezes deixamos que se crie um vazio enorme entre nós.

Este demora tanto tempo a desfazer-se que, quando finalmente conseguimos preenchê-lo já chegou outra vez a hora de partires.

Não quero que as minhas palavras te magoem. Não quero.

Quero que elas nos elucidem.

Nos ressuscitem a espontaneidade da criança que há em nós.

Basta isso, porque o amor está lá… sempre esteve.

Os adultos teimam em deixar de dizer, em deixar de plantar, de regar...

Depois não tem o que colher!!!

Nem o silêncio dos teus olhos, nem os céus que nos separam, nem mesmo os as palavras extremamente bordadas e impessoais serão capazes de nos desenlaçar as mãos!


Adoro-te!

E agora espero não deixar, novamente, que as palavras nos morram.

Agora sei que alguns dos meus conselhos te são úteis.

Ainda precisas que te descubra o olhar e te adormeça os medos.

Isso basta-me para perceber que – sejas tu a Liana, Andreia ou outra qualquer – o teu coração é o mesmo, estejas tu onde estiveres.

1 comentário:

Andreia disse...

Para ti, não existem nomes que me classifiquem. Apenas um, que nunca mudará, aumente a distância, engrandeçam as dores ou as glórias...
São apenas 8 os anos que nos separam em idade, apenas 8 os anos que nos juntaram no tempo. E nenhum valor tem.
O único verdadeiro significado entre nós é este improvável amor de mãe e filha. Para nós tão real.
Quando no fundo desse túnel onde insistes em vaguear, chamares "mamã", mais tarde ou mais cedo, no meio deste campo que teimo em atravessar, ouvir-me-ás responder "bebé"...
Até nos encontrarmos, algures numa abertura no meio do caminho...
Como sempre, como dantes.