domingo, 13 de abril de 2008

Ponto final, parágrafo!


Obrigada Senhor!
Finalmente atendes-te o meu pedido.
Não lhe controlaste os passos nem as palavras – como eu no fundo tinha esperança que o fizesses –, mas controlaste-lhe os movimentos!
Ele telefonou-me.
Passei oito horas numa camioneta, a realizar na minha cabeça as cenas que gostaria que ambos protagonizássemos, no suposto reencontro.
Afinal, não houve reencontro.
Não houve declarações de arrependimento.
Não houve lágrimas de amor.
Não houve o tão esperado beijo, com que eu sonhava desde a última vez que estivemos juntos, há meio ano atrás…
Um banal telefonema!
Apenas as nossas vozes estiveram juntas. Foi através das nossas vozes desafinadas que colocámos o ponto final na nossa história de amor.
Não quero agora recordar pormenores: as suas palavras controversas; o litro e meio de lágrimas que, compulsivamente, dos meus olhos saltavam e as outras tantas que o meu orgulho abafou, etc.
Já me basta não me conseguir habituar à ideia de, após três anos de angustia – da minha parte -, tudo acabar sem ao menos puder ver, uma ultima vez, o seu olhar!
Já me basta a frieza e a brutalidade com que tudo terminou.
Seja como for, escutasTe a minha prece. O fugidio ponto final está agora no seu devido lugar.
E agora…
Agora já posso voltar a pensar em viver.
Agora não existem reticências e interrogações.
Agora não há mais razões para esperar pelo passado.
Doeu-me muito.
Dói-me horrores!
Mas… obrigada Senhor.
Obrigada por não me deixares mais à espera – morta – mais meia dúzia de meses ou anos.

Para além de regressar a casa com a certeza que tudo acabou, levo também comigo uma grande lição: ninguém neste mundo – seja quem for – vale mais do que nós próprios.
Não se pode gostar tanto de uma pessoa, a ponto de a sobrepor-mos a nós mesmos.
Ninguém é tão especial assim que mereça esse amor todo, essa dádiva!
Até porque, quer queiramos quer não, quando damos amor a alguém esperamos sempre algo em troca: um sorrio, um olhar, uma palavra, um abraço, etc., – nem que seja inconscientemente.
Da primeira vez que damos não nos importamos com o silêncio, da segunda vez este ainda não mexe connosco, mas nas vezes seguintes o silêncio do outro lado começa a magoar muito!
Este tipo de situações não são boas para nenhuma das partes.
Assim, o melhor a fazer é nunca dar amor de mais.
Sabermos dosear bem o carinho.
Podia ser tudo muito mais belo, não fossemos nós – Seres Racionais – tão egoísta!
Talvez eu queira viver num mundo cor-de-rosa criado pela minha imaginação, mas na verdade não me parece assim tão difícil ser gentil e atenciosa com as pessoas de quem gosto – pelo menos com essas. Posso, por acaso, um dia estar mais ocupada ou distraída com alguma coisa, e então não prestar atenção aos que amo. Mas, adoptar esta postura no dia-a-dia, a mim soa-me a egoísmo.
Pareço estar a ser radical, é verdade. Mas esta é a minha maneira de ver o mundo.
Só quem sente na pele pode perceber o que digo, infelizmente.
Graças a Deus, ou não, existem muitas pessoas no mundo que parecem que nunca se sentiram abandonadas, à deriva. Parecem nunca ter ouvido apenas o silêncio da solidão.
Ainda bem? Talvez, mas a meu ver não.
Se cada pessoa no mundo já tivesse sentido um silêncio esmagador a cair-lhe nos ombros, talvez tivesse maior sensibilidade e disponibilidade para olhar à sua volta e dar a mão a quem precisa – e há tanta gente a precisar, calada!
Porém, este é o mundo a que pertenço, infelizmente…muito infelizmente!
«Se não os podes vencer, junta-te a eles».

1 comentário:

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